De novo.
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No meu primeiro post aqui, há uns bons dez meses, eu recomendei um livro.
Era “O Escafandro e a borboleta“, de Jean Dominique Bauby. Lembro que eu comprei depois de ler um artigo na “Elle” e lembro que eu ainda não tinha terminado, mas já estava gostando muito quando recomendei.
Acabei de chegar do Belas Artes. Fui ver “O Escafandro e a Borboleta“, do diretor Julian Schnabel. Eu poderia falar sobre a estória do filme, o derrame de “Jean-Do”, no auge da sua carreira como redator-chefe da “Elle” francesa. Eu poderia falar também que ele escreveu um livro inteiro apenas piscando o olho esquerdo. Poderia mencionar a atuação linda de Mathieu Amalric, a genialidade do diretor e mais um monte de coisas. Mas eu quero falar mesmo é do que eu senti. Da vontade de chorar, de abraçar alguém bem forte, de sair do cinema. De voltar amanha e assistir tudo outra vez. Eu quero falar, mas é bobagem minha. Porque eu nunca vou conseguir explicar quão angustiante, quão arrebatador é o filme.
Quero falar da minha volta pra casa, chorando feito uma criança, lavando a alma.
Quero dizer um “desculpa” bem grande, pela pieguice e, talvez, pelo exagero. Mas quero dizer um “ainda bem” maior ainda. Ainda bem que eu vi. Ufa.
Onde:
Belas Artes
Belas Artes 1 – 14:45, 17:00, 19:15, 21:30
Ponteio Lar Shopping
Ponteio 1 – 14:00, 16:30, 19:00, 21:30
Usina
Usina 4 – 14:30, 16:45, 19:00, 21:15
Ok, o cara realmente se esforçou pra caralho para escrever o livro. Mas a grande mártir dessa história não seria a mãe dos filhos dele? A tal mulher, com dois filhos pra cuidar, corpo em perfeito estado, ESCOLHEU passar uma boa parte do tempo de sua vida preciosa (a de todos vale a mesma coisa, não?) ao lado de um paciente que exigia cuidados intensivos, aprendendo a se comunicar em pisquês, atendendo telefonemas da amante dele. Cara, que situação. Me lembra muito a história daquela virgem que pariu um salvador. No final das contas, herói mesmo era José.
Mas e a esposa do cara, que tinha o movimento dos olhos, da boca, dos braços, das pernas, e ainda assim ficava lá?
ontem eu vi.
e chorei.
um exemplo mesmo.
nem me fala, rebecca.
acho que vou assistir dia sim, dia não. até sair de cartaz.
Marcelita,
Esse foi um dos filmes mais lindos que já vi, EVER!!!
Vimos em casa, três pessoas… e no final cada um foi pro seu canto chorar sozinho… reconhecendo, cada qual, a medida de escafandro que tem nessa vida…
mas no final de tudo, o que fica mesmo, eu acho, é a possibilidade da borboleta…