The Book is On The Road.
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Estou lendo On The Road, clássico beat do Jack Kerouac. Na verdade, estou no finalzinho, mas enrolando para terminar, tentando prolongar ao máximo o prazer de estar ao lado daqueles personagens tão fascinantes.
Muito já foi falado sobre este livro, da espontaneidade da linguagem, do estilo de vida que seus personagens defendem, das pessoas que influenciou. A lista é longa e inclui Bob Dylan, Jim Morrison, Francis Ford Coppola, Johnny Deep, entre outros. Mas uma coisa que eu só atinei hoje foi a influência, mesmo que distante, sobre a propaganda.
Os personagens de On The Road se recusam a levar uma vida monótona, estável, em que a carreira profissional e o dinheiro são as grandes (e únicas) aspirações. É uma contraposição ao american way life, que vinha se estabelendo cada vez mais desde o fim da guerra. Para Sal e Dean (protagonistas da história), estar em movimento é a única forma de se sentir vivo. É aí que se chega até a propaganda. Tenho visto, especialmente nos últimos anos, diversas campanhas alimentadas por este espírito de “aproveitar a vida”. De cabeça, posso citar as do Citibank, Kaiser, Coca-Cola Light. “Uma salva de palmas para quem abandonou o emprego e abriu um quiosque na praia”, “Cuidado: cadeiras de escritório estão cada vez mais confortáveis” ou “Assistir ao pôr-do-sol da janela do escritório não vale”, são algumas das frases destas campanhas, mas poderiam muito bem ter sido escritas pelo Jack Kerouac. E como a vida nas grandes metrópoles está cada vez mais caótica e confusa, posso prever, sem medo de acertar, que campanhas valorizando a vida ainda vão perdurar por um longo tempo. Tomara que o mesmo não aconteça com trocadilhos infames, como o usado no título deste post.
P.S. – Um conselho: On The Road adquire um tempero especial se lido durante uma viagem.
P.S. 2 – Segundo a lenda, Jack Kerouac era conservador e pacato: o oposto de seus personagens. No quesito “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, os publicitários estão quites, já que quase todos são workaholics.
Recomendo a leitura da biografia de Kerouac, lançada pela editora L&PM – para você ver que ele não era do tipo “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” – e tudo o que ele escreveu foi real. Claro que também deve ler outros livros do autor, especialmente Viajante Solitário e Os Vagabundos Iluminados.
Abraço
Google
Fabrício, a editora L&PM lançou uma versão pocket deste livro, que você encontra em praticamente toda livraria, além de poder comprar pela internet.
Olha que coincidência. Ganhei a autobiografia do Eric Clapton no Natal e ainda não tive tempo de ler, mas é o próximo livro que vou ler.
Abs
Complete a leitura com a biografia do Eric Clapton. Compreendemos essa época, depois na Revista Rolling de setembro 2007/ N12.
São sugestões para o carnaval, uma boa leitura.
ab.
Fernando
Será q alguem pode me indicar onde encontro esse livro ak em bh?
obrigado desde já.
Viajar lendo “On the road” durante 2 dias sem parar, foi meu exercicio de ferias. Recomendo.